Reinventar a vidArte

Em 2004 se iniciava a história da Estação do Saber, com foco em tecer uma conversa sobre cultura e humanidades de forma multidisciplinar. De lá para cá, nos reinventamos algumas vezes. Começamos com cursos livres. Fizemos história e amizades e, ao longo de nove anos, provocamos a cidade com uma discussão cultural num espaço de consumo, o Shopping Pátio Savassi. Na época, o conhecimento acadêmico ainda insistia em permanecer na academia e não circulava tão facilmente pela cidade.

Surfamos nas ondas digitais que vinham surgindo e em 2009 aprendemos a usar as redes sociais, ainda nos primórdios de sua existência. Organizamos um ETC – Encontro de Twitteiros Culturais para discutir como as tecnologias digitais poderiam ser usadas na educação, para mobilização social e divulgação cultural, procurando entender como o contágio positivo da rede era um importante mobilizador para o público. Discutimos sobre os riscos da nova tecnologia e sobre tudo o que poderia crescer junto com ela.

Experimentamos a transmissão on-line das palestras pelo Ustream. E lançamos um livro que reunia algumas de nossas conversas no Shopping, chamado A cultura vai ao Shopping. E fomos a Barcelona na ONU falar sobre como usamos a tecnologia para mobilizar a participação das pessoas nos nossos projetos.
Em 2013 conhecemos um novo campo de conexão, construção e diálogo: a mediação. E organizamos o I Seminário Internacional sobre Mediação.

Em 2015, iniciamos o projeto #designersdofuturo, por meio do qual discutimos o impacto das novas tecnologias exponenciais na sociedade, na educação, nas carreiras e nas organizações. Redefinimos também o que chamávamos de processo de coaching, abrindo-nos para algo um pouco diferente, que se alinhava a informações de tendências tecnológicas.

Mudamos, várias vezes, nossas formas de entregar as respostas. Mas as questões que nos nortearam sempre foram as mesmas: O que nos faz humanos? Como nos tornamos nossa melhor versão? Como identificamos nosso desejo e propósito? Como podemos viver melhor em sociedade? Como fazer de nosso trabalho uma expressão do nosso desejo e contribuir com a sociedade? O que é um bem viver? O que é o coletivo?

Em 2019, novos ventos sopravam e começamos um processo de reestruturação e estudo que nos permitisse atuar em uma área distinta: a meditação. Com o olhar agora voltado para dentro, permitimo-nos uma nova forma de saber, mais intuitiva, para nos conectarmos com nossas emoções e abrir novos caminhos, apostando na conexão e na inovação. Entrávamos em um campo que, de alguns anos para cá, viu pesquisas científicas dispararem para comprovar sua importância para a vida em estado de arte.

Fizemos de 2020 nosso ano sabático. Interrompemos nossas conversas sobre as novas tecnologias exponenciais e tomamos fôlego. Nesse ar cheio de vida – Prana – vimos surgir uma ideia imperativa: a vida! E não uma vida qualquer, uma vida apenas de sobre-viver, mas uma vida intensa, que permite viver os afetos nas delicadezas e nos detalhes, que busca o sonho comum através da utopia, uma vida que se equilibra entre o desejo e o mundo.

Tempos brutos, por mais difíceis que sejam, trazem em si o germe da beleza. Com nosso desejo, decidimos pela vida e, com nossa presença, podemos reinventar essa vida e apostar nela como uma busca de estado de arte.

Aspectos Gerais